A obesidade é definida pela OMS como uma doença na qual existe um acúmulo de gordura que pode afetar a saúde e o sobrepeso como uma proporção relativa de peso maior que a desejável para a altura.
São condições de etiologia multifatorial, resultante do desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético, assim como pode ser determinada por fatores genéticos, fisiopatológicos, ambientais, comportamentais, sócio-econômicas e culturais.
Apresentam caráter epidêmico e prevalência crescente, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Dados nacionais dos anos de 2008 e 2009 revelaram que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava com sobrepeso ou obesidade. Entre os adolescentes, 21,7% do sexo masculino e 19,4% do sexo feminino apresentaram esse problema.
Ainda segundo a OMS, entre 1980 e 2013 a prevalência de excesso de peso e obesidade combinados aumentou 47,1% nas crianças em todo o mundo.
A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
Porcentagem de obesidade infantil no mundo.
Porcentagem obesidade infantil no Brasil.
Os fatores genéticos têm ação permissiva para que os fatores ambientais possam atuar, como se criassem “ambiente interno” favorável à produção do ganho excessivo de peso (sobrepeso e obesidade).
As crianças e adolescentes estão subordinados às condições socioeconômicas e culturais das suas famílias, o que influencia a prática de atividade física, a quantidade e o tipo de alimentos disponíveis.
Fatores nutricionais inadequados, conseqüentes da chamada transição nutricional caracterizada por um aumento exagerado do consumo de alimentos ricos em gordura e com alto valor calórico, associados a excessivo sedentarismo condicionado por redução na prática de atividade física e incremento de hábitos que não geram gasto calórico com assistir TV, uso de vídeo games ,celulares, tablets, computadores entre outros, sem limites de tempo, enfim por importante mudança no estilo de vida.
Estudos mostram que crianças que têm televisão no quarto apresentam um risco superior de obesidade
Na infância,a ingestão de alimentos ultraprocessados começa já nos primeiros anos de vida.
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (2006) sinaliza que 40,5% das crianças menores de 5 anos consomem refrigerante com frequência.
Enquanto dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) apontam que 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas.
Já a adolescência é um período da vida onde existe uma grande suscetibilidade a influências no estado nutricional, já que acontecem importantes alterações psicológicas, biológicas e físicas. Particularmente nessa fase, os hábitos e preferências alimentares que afetam o balanço de nutrientes e de energia podem sofrer modificações. O início da conquista da ´´independência´´ e da liberdade de escolha, por vezes sem maturidade e experiência suficientes, pode levar a um hábito alimentar não saudável. As refeições saem do núcleo familiar e passam a ser realizadas nas cantinas escolares e em shoppings, com aumento da ingestão de fast-food e bebidas hipercalóricas.
Por isso é importante que os hábitos alimentares saudáveis desenvolvidos na infância sejam reforçados pela família quando a criança entra na adolescência. Existem evidências demonstrando que, na adolescência, a aquisição e manutenção de um hábito alimentar saudável ocorrem com mais freqüência quando existe uma rotina regular de refeições realizadas em família, com os pais servindo com exemplo.
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Referências bibliográficas:
Abeso - Associação Brasileira para Estudo de Obesidade e da Síndrome Metabólica.
OMS - Organização Mundial da Saúde.
Rev. Educ. Fis/UEM, v. 23, n. 4, p. 629-634, 4. trim. 2012
Arq Bras Endocrinol Metab vol 47 no 2 Abril 2003
Camargo APPM, Barros FAA, Antonio MARGM, Giglio JS. A não percepção da obesidade pode ser um obstáculo no papel das mães de cuidar de seus filhos. Ciênc Saúde Coletiva. 2013; 18(2):323-33.Set; 24(3): 891-7.